“Eu saio daqui de Brasília com a certeza de que este assunto terá um final feliz até porque a questão dos aeroportos na nossa região é preponderante para o desenvolvimento da nossa economia.” – Antonio Ceron
Na Secretaria Nacional de Aviação Civil, vinculada ao Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, o prefeito Antonio Ceron participou, na tarde desta terça-feira (9 de abril), de uma reunião com envolvimento da Frente Parlamentar de Infraestrutura e do Fórum Parlamentar Catarinense, na qual esteve o secretário Nacional de Aviação Civil, Ronei Saggioro Glanzmann, junto a prefeitos, representantes parlamentares de Santa Catarina e empresários da região de Chapecó, quando foram expostas as questões, pendências e demandas dos principais aeroportos de Santa Catarina. No caso de Lages, o Aeroporto Federal Antônio Correia Pinto de Macedo, e o Aeroporto Regional do Planalto Serrano, em Correia Pinto, ambos com assuntos que precisam ser saneados. “Além da condução pela deputada federal, Carmen Zanotto, coordenadora do Fórum Parlamentar Catarinense, registre-se a presteza do secretário Ronei, conhecedor profundo do tema. “Eu saio daqui de Brasília com a certeza de que este assunto terá um final feliz até porque a questão dos aeroportos na nossa região é preponderante para o desenvolvimento da nossa economia”, conclui Ceron. Saggioro acrescenta dizendo que, “o encontro desta terça foi importante para alinharmos exatamente a agenda de trabalho para este ano”.
Chapecó, Blumenau, Caçador e Navegantes
Sobre Chapecó, foi discutida a questão da municipalização do aeroporto; em Blumenau há a demanda de balizamento noturno, pois há necessidade de voos noturnos devido ao município ser referência no Sul do país em operações de captação (transplante de órgãos), no Hospital Santa Isabel, e em Caçador, o fato de estar contratando a administração do aeroporto junto a Infraero, sendo que receberá alguns equipamentos nos próximos dias. “Em relação ao Norte, conversamos sobre o aeroporto de Navegantes, com incremento de 22% sobre o número de passageiros em 2018, e já passou de dois milhões de passageiros por ano, quando a capacidade é de 800 mil”, reitera o secretário nacional.
Reconhecimento à organização catarinense
Com visitas frequentes aos terminais aéreos, o secretário nacional avalia Santa Catarina como um Estado estratégico no setor de aviação civil, com alta demanda de transporte aéreo e dotado de aeroportos regionais consolidados. O especialista elogiou a infraestrutura de aeroportos e portos do Estado.
Há cerca de 20 dias Saggioro esteve em Florianópolis acompanhando as obras de melhorias no novo terminal do Aeroporto Internacional Hercílio Luz (Floripa Airport) e em breve a capital terá um dos aeroportos mais modernos do Brasil e do mundo, segundo Saggioro. “O Brasil não está acostumado com obras do patamar do que está sendo feito na capital de Santa Catarina”, pontua o secretário nacional. Investimentos internacionais (França) na ordem de R$ 550 milhões, no tamanho de 49 mil metros quadrados e capacidade de oito milhões de passageiros por ano. “Falamos do aeroporto de Florianópolis, capital cuja obra muito bonita será entregue em 31 de outubro de 2019, discutimos a questão do acesso ao novo aeroporto, no bairro Carianos, que ainda não está pronto.”
Lages: O novo equipamento indicador de percurso de aproximação
A respeito das estruturas de Lages e Correia Pinto, o secretário Ronei Saggioro Glanzmann colocou as novidades na mesa. “Para o de Lages temos a meta de manter a operação regular de aviação regional já existente, e desenvolvê-la ainda mais, uma aviação com aeronaves de maior porte”, garante Saggioro.
Será protocolado um ofício junto à prefeitura para o fornecimento de um equipamento chamado Precision Approach Path Indicator (PAPI), em português Indicador de Percurso de Aproximação de Precisão. É um sistema de ajudas visuais à navegação aérea, constituído por aparelhos de iluminação com focos calibrados. O custo é de R$ 300 mil e o aparelho será buscado junto ao Governo Federal para beneficiar o Aeroporto Federal em Lages. Foram discutidos tópicos acerca de investimentos e equipamentos, além de uma série de outras medidas para potencializar os investimentos e viabilizar um serviço de qualidade de transporte aéreo para a população da região.
Correia Pinto: Aviões de maior porte e transporte de cargas
Existem empresas aéreas interessadas em atuar no Aeroporto Regional em Correia Pinto, especialmente a Azul Linhas Aéreas. Sobre a cogitação de a empresa Azul iniciar operação no Aeroporto Regional, o secretário nacional lembrou que Lages recebe a atuação com aeronave turboélice ATR-72, e além desta oferece aos seus clientes aeronaves de maior envergadura em outros locais. Portanto, Correia Pinto poderá receber aviões de maior tamanho. “Outras companhias operam no Brasil, bem como há um grande movimento no sentido de permitir que outras companhias se instalem no país. Para isto a infraestrutura aeroportuária necessita estar compatibilizada a receber aeronaves de maior porte. A operação da Azul hoje na região de Lages é bastante exitosa e acreditamos ter condição de crescer, e para que haja este crescimento existe um aeroporto planejado nas últimas décadas com capacidade de receber estes aviões maiores, que é o de Correia Pinto”, analisa Saggioro, complementando, ainda: “Quem define isto, na verdade, é o próprio mercado. Mas importante deixarmos os dois aeroportos em boas condições. Com a tendência de crescimento do mercado, esperamos que boa parte da demanda seja capturada pelo aeroporto de Correia Pinto, onde há fatores que possibilitam pouso e decolagem de aeronaves maiores, incluindo propulsão a jato e transporte de cargas. Por serem aviões maiores há maior disponibilidade de porões de carga.”
Remoção de barranco em Correia Pinto
A deputada federal, Carmen Zanotto, espera se concretizarem os bons encaminhamentos da reunião realizada nesta terça-feira, como assegurar o equipamento para melhor visualização de decolagens e pousos em Lages, e o pedido de apoio para remoção de resíduos de terra (barranco), localizados entre a pista e a seção contra incêndios (Bombeiros), em Correia Pinto, para entrar em operação o mais rápido possível, pois o impasse prejudica a visibilidade.
A remoção custaria ao Governo do Estado entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão. “Primeiro precisamos tomar conhecimento dos encaminhamentos dos últimos dias em relação às possibilidades de o Governo do Estado fazer a remoção dos resíduos. Se não for possível em função da falta de recursos financeiros, teremos de trazer esta pauta para Brasília. Devemos ter ações articuladas como esta, tomamos o cuidado de convidar o prefeito Ceron, que está em Brasília, para participar desta reunião e avançar na pauta”, esclarece a deputada federal Participaram do encontro o prefeito Antonio Ceron; deputada federal, Carmen Zanotto; senador Jorginho Mello; prefeito de Chapecó, Luciano Buligon; deputados federais, Carlos Chiodini, Celso Maldaner e Caroline De Toni, e o ex-deputado federal, João Paulo Kleinübing.
Texto: Daniele Mendes de Melo/Colaboração e fotos: Pablo Gomes