O recesso de fim de ano já começou em praticamente todos os órgãos públicos estaduais, com um ou outro quadro cumprindo horário quase que em esquema de plantão. Se nos corredores oficiais o ritmo é mais lento, nos bastidores extraoficiais da política catarinense o agito é grande.
É possível prever que as próximas semanas, independentemente de festas e férias, serão de muitas articulações. Não apenas na costura de alianças para as eleições de 2018, mas também para a nova composição do governo estadual.
Na semana passada, o governador Raimundo Colombo anunciou que a transição está em andamento, uma vez que todas as decisões tomadas têm a participação de seu vice, Eduardo Moreira, que provavelmente assumirá o comando do Executivo em abril. É quando Colombo planeja renunciar para concorrer a uma das vagas ao Senado. Mesmo com todas as restrições orçamentárias e regras eleitorais travando seu curto período de governo, Moreira quer trabalhar com sua própria equipe.
A situação mais bem definida até agora é a da Secretaria de Estado da Saúde, cuja crise já dura vários anos e passa de secretário para secretário numa espécie de herança maldita. O atual titular, Vicente Caropreso, fica no cargo só até o dia 31 e em 2018 retoma sua cadeira de deputado na Assembleia Legislativa. Todas as fichas estão sendo colocadas no nome do administrador Acélio Casagrande para substituí-lo.
Peemedebista fiel e de cartilha, deixaria a Secretaria de Estado de Articulação Nacional para assumir a Saúde. Aliás, ele está na fila para o cargo desde 2013, mas foi preterido quando da saída do então secretário Dalmo Claro, de quem era adjunto. A pasta ficou com a também peemedebista Tânia Eberhardt, ex-vereadora de Joinville, indicada por ninguém menos que Luiz Henrique da Silveira.
Como a questão regional pesa, e pesa muito, Casagrande pode, enfim, tornar-se secretário de Estado da Saúde, uma vez que ele e Moreira têm base no Sul do estado, a partir de Criciúma. Alguns veículos de comunicação já dão como certa a posse de Acélio Casagrande em janeiro. Mas a imprevisível dinâmica da política ensina que o melhor é não contar com o ovo…