
A competição envolve 18 unidades escolares, com a participação de aproximadamente três mil alunos do 6° ao 9° ano
Chegou a hora dos alunos da rede municipal de ensino mostrar suas habilidades com a linguagem escrita e falada, em uma das provas de fogo da língua portuguesa; a soletração. A Secretaria da Educação está promovendo a primeira edição do “Soletrando” em escolas do ensino fundamental. Uma gincana competitiva, inspirada em um dos quadros do programa global de Luciano Huck.
A competição envolve 18 Escolas Municipais de Educação Básica (Emebs), com a participação de aproximadamente três mil alunos do 6° ao 9° ano. Para tornar o concurso um pouco mais complexo e instigante, um banco de palavras foi criado durante os encontros de formação pelos professores da disciplina de Língua Portuguesa para ser usado durante o quadro. Foram pesquisados os significados e as aplicações destas palavras dentro das frases.
As turmas estão na primeira etapa, em fase eliminatória, quando os estudantes competem entre si. Um aluno de cada turma será classificado e passará para a próxima etapa, que iniciará em junho.
Desta vez, ainda nas unidades escolares, os representantes de cada turma irão disputar as vagas para a grande final, que será realizada no Teatro Marajoara, no dia 14 de agosto. Neste dia, os representantes de cada escola irão disputar, respeitando as categorias. Os vencedores serão premiados, possivelmente com tabletes e smartphones, que ainda estão sendo definidos. “Além da premiação que será disponibilizada pela Secretaria da Educação por meio de patrocínios, as próprias escolas têm incentivado bastante os alunos a participarem, com a distribuição de brindes aos acertadores”, conta a coordenadora de Língua Portuguesa, Vanessa Goulart Branco.
Alunos superam limitações físicas e intelectuais
A professora Ana Cris Wolff, da Emeb Nossa Senhora dos Prazeres, o Caic do bairro Santa Catarina, conta que antes de iniciarem as eliminatórias, os alunos fizeram alguns treinamentos, pesquisando palavras no dicionário e atividades de memorização. “Eles assistiram até a um filme, que uma aluna nos trouxe, chamado ‘Prova de Fogo’, que conta a história de uma menina que tinha dificuldades com as palavras, mas conseguiu superar”, diz.
E superação é algo buscado constantemente pelos alunos, principalmente aqueles que enfrentam limitações físicas ou intelectuais. Foi o caso de dois alunos, um deles com problemas de dicção e o outro com transtorno diagnosticado esquizofrenia, que conseguiram se classificar. “Para nós foi uma felicidade imensa vê-los se dedicando e superando suas limitações”, comenta.
A professora diz que também é muito importante trabalhar o lado psicológico dos alunos, para controlar o nervosismo que pode atrapalhar bastante na hora da soletração. “Eles sabem a palavra, mas chega na hora, com todo mundo olhando, dá o famoso branco”, comenta Ana Cris.
A aluna Emanuelli Cristini Pereira Branco, aluna do 6° ano, conta que estudou muito em casa e pedia ajuda aos pais para memorizar as palavras. “A expectativa é fazer o meu melhor”, diz a estudante, de 11 anos.
Texto: Aline Tives / Fotos: Toninho Vieira