No dia 1º de julho de 2025, às 10h, a Câmara dos Deputados realizará audiência pública para discutir a reativação da Linha Férrea Tronco Sul no município de Lages, uma infraestrutura logística fundamental para o desenvolvimento econômico da Serra Catarinense. A iniciativa é da deputada federal Daniela Reinehr (PL/SC), atendendo também a um pedido do vereador de Lages, Jonata Mendes.
Santa Catarina responde por 5,4% do Produto Interno Bruto industrial brasileiro em 2025 (IBGE), consolidando-se como uma das potências econômicas do país. O estado figura entre os três maiores exportadores per capita, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC, 2025). Setores-chave da economia regional, como o agropecuário, madeireiro, metalmecânico e têxtil, têm sua competitividade diretamente ligada à eficiência da logística de transporte.
Atualmente, mais de 72% das cargas catarinenses são transportadas por rodovias, segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Essa dependência do modal rodoviário implica custos mais elevados, maior emissão de poluentes e desgaste acelerado da infraestrutura viária.
A Linha Férrea Tronco Sul conecta o interior catarinense aos principais portos do litoral e à malha ferroviária do Rio Grande do Sul, sendo peça-chave para o escoamento da produção local. Sua suspensão pela concessionária Rumo Logística, motivada pelos danos causados pelas fortes chuvas de maio de 2024 e pela queda superior a 90% no volume de combustíveis transportados no primeiro semestre de 2025, representa um retrocesso grave para a economia da Serra.
A última entrega ao terminal da Idaza está prevista para esta semana. Com o fim das operações ferroviárias, toda a logística de transporte será realizada exclusivamente por caminhões, elevando custos de produção, reduzindo a competitividade e aumentando o impacto ambiental.
A deputada Daniela Reinehr destaca: “A reativação da Linha Tronco Sul é estratégica não apenas para Lages, mas para todo o Sul do Brasil. É fundamental que o Governo Federal, a ANTT e o Ministério dos Transportes assumam seu papel de coordenar e garantir investimentos públicos e privados que resgatem essa infraestrutura essencial para o desenvolvimento regional.” Este debate não pode ser encarado como um problema isolado, mas sim como um desafio nacional, que envolve a segurança logística, a sustentabilidade econômica e a geração de empregos em regiões estratégicas. Santa Catarina exige políticas públicas robustas que preservem seus ativos ferroviários e fortaleçam seu papel no cenário econômico brasileiro.
